domingo, outubro 22, 2006

Mors-Amor



Esse negro corcel, cujas passadas

Escuto em sonhos, quando a sombra desce,

E, passando a galope, me aparece

Da noite nas fantásticas estradas,


Donde vem ele? Que regiões sagradas

E terríveis cruzou, que assim parece

Tenebroso e sublime, e lhe estremece

Não sei que horror nas crinas agitadas?


Um cavaleiro de expressão potente,

Formidável, mas plácido, no porte,

Vestido de armadura reluzente,


Cavalga a fera estranha sem temor:

E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"

Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"


By: Antero de Quental

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