terça-feira, março 03, 2009

Cegueira


Desconheço o mundo físico e moral
Aquele em que nasci para não ver!
O mundo cruel e imoral

Que a minha cegueira consegue ler.

Sou escuridão em cada momento,
Sem ter noite nem dia, apenas Solidão...
Intransponível aço desalento
Que oiço e sinto na minha mão.
Come-me esta infindável sombra maldita
que é perdição a tremer.
Sei que sim - a minha vida cita.
Mas em mim há uma cegueira que o não é

É sobreviver à vontade de morrer tendo o amor presente
Neste coração que olha , me levanta e põe de pé!

Tempo esquecido.




Esquecemo-nos de nós e dos outros, dos que vivem mesmo ao virar da nossa esquina.
Esquecemo-nos correndo com o tempo entre o deserto e o mar, entre o Céu e a Terra. Na azáfama que é o nosso quotidiano, vamo-nos esquecendo de dar tempo ao tempo, de dar tempo ao outros e a nós mesmos....
Para as Vidas que fazem parte das nossas. Um tempo que foge como simples grãos de areias por entre os nossos dedos, ao sabor da brisa. Muitas vidas se vão cruzando ao longo da nossa Vida. Algumas complementam-nos, outras fogem-nos entregando-as assim ao vazio inesperado por falta de tempo para nos dedicarmos a elas.
Por vezes julgamo-nos capazes de abraçar-mos decisões e seguir em diante, mas no fim há sempre falta de tempo quando reflectimos com a Razão e nos esquecemos da Compreensão, ou então quando o Coração se remete a um silencio perpetuo e ensurdecedor.